A Escola Família presta homenagem à vice prefeita de Campo Largo D. Iracema, que era mãe do Estudante do 1º ano Carlos Izaque, Hoje pela manhã fomos à casa do estudante com um grupo de mais de 60 estudantes da EFA prestar nossa solidariedade à família. D. Iracema, ainda em vida era visita constante à nossa Escola, como também nas reuniões de Assembléia. Abaixo segue um texto que retrata a vida desta mulher tão querida na região.
A vice-prefeita de Campo Largo do Piauí, Iracema de Paiva Oliveira, 80 anos, morreu na noite de ontem(30), às 22h30, no Hospital Prontomed em Teresina. Ela estava internada desde o início de setembro e teve infecção generalizada provocada por uma crise de diverticulite. Iracema era viúva do ex-deputado estadual Abraão Gomes. O corpo foi transladado ainda durante a madrugada para o povoado Costa, em Campo Largo do Piauí, onde será velado. O enterro está marcado para as 17 horas em Esperantina. No dia 22 de setembro, a família estava preparando a festa para comemorar os 80 anos de Iracema, mas por está internada não aconteceu. Mas, homenagens foram preparadas e uma delas seria esse texto: Por quase cinquenta anos numa frase repetida em público inúmeras vezes, o homem que já entrou para a história, reconheceu o valor de uma companheira. Ao dizer que quando menino pobre atravessou o rio pra casar, levando a camisa na mão, ele se referia ao começo de sua trajetória. Encarava essa união como o primeiro ato de sua vida vitoriosa. Com o apoio e amor declarados, ele espalhou ao mundo a energia dessa mulher. Dona Iracema confirmou ser uma fortaleza quando ele partiu, há duas décadas. Se até então ela era vista apenas como mais uma esposa e mãe dedicada, passou a ser respeitada como uma líder, senhora do destino de centenas, milhares de pessoas. Ao manter a forma serena de acolher a todos e de abrigar com carinho e conforto do mais humilde ao mais nobre dos que buscam um ombro amigo ela cativa novos admiradores. Ao cultivar velhas amizades, perpetua o respeito e a decência nas relações que se fortalecem há muitos e muitos anos. A família se multiplica e cada novo integrante é tratado como um filho pródigo. As gerações de descendentes se sucedem e ela as recebe com naturalidade. Para as crianças o colo mais gostoso. Para os jovens o conselho mais carinhoso. Para os adultos, uma conversa franca, sincera, amiga, que oferece apoio mesmo na divergência das opiniões Tentar compreende-la é um desafio. Surpreender-se com suas atitudes é uma constante. Ao completar 80 anos, ela nos dá mais uma lição: a de que o tempo tem a medida do amor, da disponibilidade, da fé. Que idade não se conta em anos, dias ou meses. Que não devemos comemorar datas, e sim lembranças, atitudes, palavras. Pra ela e pra todas as pessoas que tem a honra dessa convivência, a vida tem a dimensão do infinito.
FONTE: cidadeverde.com
QUEM FOI ABRAÃO GOMES? Um pouco de história
Quase todos os assassinatos, de grande repercussão, que ocorreram no Piauí da década de 80 até início da década de 90, estão prescrevendo nas prateleiras do Judiciário piauiense, garantindo a impunidade e fazendo prevalecer a declaração, em tom de desabafo, do delegado Bonfim Filho, de que “no Piauí, o crime compensa”. Mortes como a do jornalista Helder Feitosa, do deputado Abraão Gomes, dos prefeitos César Leal, e Manoel Portela, já caíram no esquecimento e aos poucos vão prescrevendo sem punição para os acusados que foram indiciados pela polícia.
A MORTE DO DEPUTADO
Assim como Helder Feitosa, o deputado estadual Francisco Abraão Gomes de Oliveira, era uma pessoa influente, que freqüentava as rodas sociais no Piauí. Tombou sem vida pelas mãos de dois homens que o mataram com um tiro de escopeta, na porta de casa, no Planalto Ininga, zona leste de Teresina, no final da tarde do dia 29 de agosto de 1989. Ele retornava da Assembléia Legislativa do Piauí.
Os assassinos de Abraão Gomes
esperam até o dia 29 de agosto de 2008 para soltarem o grito de impunidade da garganta. É quando o crime também caducará.
Quinze meses após o assassinato do deputado, a polícia começou a desfazer o “quebra-cabeça”, ao prender no município de Rio Maria, no Pará, o pistoleiro Alcides Nery do Prado (foto acima à direita), que na época tinha 61 anos. Ele confessou detalhes do crime, apresentou provas, contou os motivos. Foi o único que permaneceu preso e que foi julgado, condenado, mas já está solto.
O policial civil Cardoso Moreira da Silva (foto à direita abaixo), que
teria dado fuga aos pistoleiros Alcides Nery e a outro conhecido como “Joaquim”, que participou da execução, nunca foi encontrado. “Joaquim” também evaporou-se.
O homem que foi apontado como mandante é Vírgilio Barcelar. O crime teria se originado na cidade de Porto, onde os Barcelar iriam disputar a prefeitura municipal com Abraão Gomes e o teriam eliminado para não perder o pleito. Vírgilio entrou com recursos e até hoje está livre. Ele é advogado; na época do crime era delegado da Polícia Civil do Piauí. Sua nomeação foi feita através de portaria assinada pelo então secretário Estadual de Segurança, Xavier Neto, hoje deputado estadual.
O perito aposentado, Vital da Cunha Araújo, era o superintendente (hoje uma espécie de delegado geral) da Polícia Civil. Foi ele quem comandou todos os trabalhos, desde a perícia no local em que Abraão Gomes foi abatido, até a conclusão do inquérito que foi assinado pelo delegado Benoni Girão Machado Filho.
Durante a acareação com Vírgilio Barcelar, o pistoleiro Alcides Nery do Prado disse uma frase que jamais saiu da cabeça de Vital Araújo: “Meu filho conte logo; nós não combinamos de matar o homem? Conte logo, não vamos passar por isso aqui não”.
Vírgilio Barcelar nega todas as acusações que são feitas contra a sua pessoa e se diz vítima de perseguição política.
A cada noite que cai, a cada dia que passa, é uma vitória para quem deve a Justiça e espera que o crime caduque para poder festejar em ‘alto e bom tom’.
